EUA ‘liga alerta’ para terremoto devastador associado a líquido que vaza do fundo do mar
Falha da Zona de Subducção de Cascadia já acumula pressão há 325 anos; terremoto pode gerar tsunami de até 30 metros. Na última quarta-feira (5), a governadora do Oregon, Tina Kotek, proclamou fevereiro como o mês de conscientização sobre tsunamis e terremotos, incentivando medidas de preparação para a população.
Em 26 de janeiro de 1700, a costa do Oregon, nos Estados Unidos, foi devastada por um terremoto de magnitude estimada em 9,0. O evento foi tão forte que gerou um tsunami que atravessou o Pacífico e atingiu o Japão. Atualmente, cientistas apontam que há 37% de chance de um novo megaterremoto ocorrer na região nos próximos 50 anos.
Oregon, localizado no oeste dos EUA, situa-se na Zona de Subducção de Cascadia, uma falha tectônica de cerca de 1.100 km que vai do norte da Califórnia até a Colúmbia Britânica, no Canadá. Pesquisas indicam que grandes terremotos ocorrem nesta zona em intervalos de 300 a 500 anos. Como a falha não gerou um terremoto significativo desde 1700, a pressão entre as placas tectônicas Juan de Fuca e Norte-Americana continua a se acumular, aumentando o risco de um evento catastrófico.
Os cientistas estudam várias evidências para entender melhor a atividade da falha. Além dos registros históricos e geológicos, como as chamadas "florestas fantasmas" – troncos de árvores submersos após a descida do solo costeiro –, existem também relatos de povos indígenas sobre um tsunami ocorrido no passado. Essas informações, junto com os registros históricos do Japão, ajudaram os cientistas a determinar a data exata do último grande terremoto.
Uma descoberta importante foi feita em 2015, quando cientistas da Universidade de Washington identificaram um fenômeno incomum no fundo do mar, perto da costa do Oregon: um vazamento de fluido quente, conhecido como Oásis de Pítia. Esse fluido, que vem de profundidades de até 4 km, desempenha um papel essencial na lubrificação entre as placas tectônicas. Quando a quantidade de fluido diminui, a pressão entre as placas aumenta, o que favorece a ocorrência de um terremoto.
A Zona de Subducção de Cascadia é formada pelo encontro entre a Placa Juan de Fuca, uma pequena placa oceânica, e a Placa Norte-Americana. A Placa Juan de Fuca está gradualmente se movendo para baixo da Placa Norte-Americana, um processo conhecido como subducção. Esse movimento causa o acúmulo de energia ao longo do tempo, que, quando liberada, pode resultar em terremotos de grande magnitude. "Se a pressão do fluido for alta, as placas deslizam suavemente. Se a pressão cair, elas ficam travadas, acumulam estresse e podem liberar essa energia em um grande terremoto", explicou Evan Solomon, professor de oceanografia e coautor de um estudo sobre o vazamento, publicado em 2023.
Caso ocorra um terremoto de grande magnitude, espera-se que o tremor dure entre cinco e sete minutos nas áreas próximas à falha, de acordo com o Departamento de Gestão de Emergências de Oregon. Além disso, um tsunami com ondas de até 30 metros pode atingir a costa em poucos minutos, causando danos significativos à infraestrutura local, como estradas, pontes, edifícios e sistemas de fornecimento de energia e água.
Diante desse risco, especialistas destacam a necessidade de reforçar edificações e melhorar os sistemas de alerta precoce. Ao contrário de regiões como Japão e Califórnia, que possuem redes avançadas de monitoramento sísmico, a Zona de Subducção de Cascadia apresenta desafios devido à sua localização no fundo do mar. A instalação de sismógrafos no oceano tem sido uma estratégia para melhorar a detecção de atividades sísmicas.
Preparação é essencial. As autoridades locais têm enfatizado a importância de estar preparado para possíveis terremotos e tsunamis. Na última quarta-feira (5), a governadora do Oregon, Tina Kotek, proclamou fevereiro como o mês de conscientização sobre tsunamis e terremotos, incentivando a população a adotar medidas de preparação.
Embora os cientistas alertem que não é possível prever exatamente quando um grande terremoto ocorrerá, é fundamental que a população e as instituições estejam preparadas. "É um perigo real, mas é possível sobreviver se tivermos planejamento e infraestrutura adequados", afirmou a geóloga Laura Gabel, do Departamento de Geologia e Indústrias Minerais do Oregon, em entrevista à KOIN 6 News. Os especialistas recomendam a elaboração de planos de evacuação, a construção de estoques de suprimentos essenciais e o treinamento da população para saber como agir durante um tremor. Algumas cidades costeiras no oeste dos EUA já implementaram sistemas de rotas de fuga e alertas de tsunami para minimizar os danos em caso de um evento sísmico.
Informações: R7

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