O cardeal norte-americano Robert Prevost foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo papa da Igreja Católica, assumindo o nome de Leão XIV. A escolha foi anunciada ao mundo pela tradicional fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina, indicando que o novo pontífice atingiu o número necessário de votos.

A eleição ocorreu após dois dias de deliberações entre os cardeais reunidos no Vaticano. Apesar de o tempo médio para esse tipo de decisão ser de 3,2 dias, este conclave — assim como os dois anteriores — foi concluído em apenas 48 horas. Para ser eleito, o candidato precisava obter pelo menos dois terços dos votos, o que equivale a 89 indicações. Após cada rodada, as cédulas foram destruídas, mantendo o sigilo do processo.

Durante o conclave, os cardeais permaneceram isolados em dois prédios do Vaticano: a Casa Santa Marta e o edifício conhecido como “Santa Marta Velha”. As votações ocorreram na Capela Sistina, que ficou fechada à visitação pública. Na quarta-feira (7), houve apenas uma rodada de votação. Já nesta quinta-feira, a primeira votação indicou um impasse, permitindo até quatro rodadas ao longo do dia.

Desde o início do processo, o Vaticano reforçou a segurança. Militares foram mobilizados para proteger tanto os religiosos quanto os fiéis que se reuniram nas imediações. O esquema incluiu detectores de metais e bloqueadores de drones, que emitem ondas eletromagnéticas para neutralizar aparelhos voadores.

Com um perfil progressista e alinhado ao papa Francisco, o novo pontífice fez sua primeira aparição na sacada da Basílica de São Pedro após ser anunciado em latim pelo cardeal Dominique Mamberti. Em seu discurso inaugural, iniciou com uma mensagem de paz:

"A paz esteja com todos vocês. Esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês", declarou o novo papa.

Primeiro norte-americano a assumir o papado, Prevost — que havia sido nomeado cardeal apenas dois anos antes — assume o comando da Igreja Católica em um contexto de queda progressiva no número de fiéis. Ele enfrentará o desafio de manter o prestígio conquistado por Francisco e deverá posicionar-se diante da continuidade ou não da agenda reformista do papa anterior.