Município busca empréstimo no PAC Continuado para compra de ônibus elétricos
Adesão será feita pelo próprio município ou pelas empresas vencedoras da licitação do transporte após a conclusão do processo
A Prefeitura de Campinas vai aderir ao financiamento de ônibus elétricos por meio do PAC Continuado, que permite a obtenção de empréstimos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), tanto por parte dos municípios quanto pelas empresas de transporte. A quantidade de veículos a ser adquirida será definida ao final da licitação do transporte público, considerando a capacidade de endividamento da cidade e a possibilidade de as empresas acessarem o crédito disponibilizado pelo programa. O custo de cada ônibus elétrico varia entre R$ 3 milhões e R$ 4,5 milhões.
O Governo Federal flexibilizou o processo, permitindo a adesão a qualquer momento, sem um cronograma fixo, o que facilita o alinhamento entre a capacidade financeira dos municípios e o andamento das propostas.
Na versão anterior do PAC Mobilidade Urbana e Sustentável, o financiamento não era a fundo perdido, mas sim um empréstimo de R$ 1 bilhão para a compra de 256 ônibus elétricos e a mesma quantidade de veículos convencionais, com base em uma licitação já realizada. Esse modelo impactaria diretamente a capacidade de investimento da cidade em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
Com a nova configuração, que permite também às empresas vencedoras da licitação realizarem os empréstimos para aquisição dos ônibus, a Prefeitura poderá definir quantos veículos serão comprados diretamente pelo município e quantos ficarão sob responsabilidade das futuras concessionárias. “Com essa nova possibilidade, conseguiremos concluir a licitação do transporte público antes de contratar o financiamento”, afirmou o prefeito Dário Saadi.
Comparativo com outras cidades
O volume de investimento previsto por Campinas supera significativamente o de outras cidades que aderiram ao PAC Mobilidade. Somente para os ônibus elétricos, o município pretende investir R$ 732,4 milhões. Em comparação, São Paulo vai destinar R$ 100 milhões para a compra de 60 veículos; Salvador, R$ 73,8 milhões para 22 ônibus; e Belo Horizonte, R$ 54 milhões para 16 unidades.