A cidade de Louveira foi fundada em 1639. De acordo com os historiadores, o primeiro habitante da região foi Gaspar de Oliveira, que imigrou de Logroña (Espanha) acompanhado de sua esposa, Páschoa Costa. Gaspar faleceu em 1660. Embora haja uma teoria de que o nome da cidade seja derivado do sobrenome de Gaspar, a dúvida persiste, especialmente devido ao sotaque da época. Outra hipótese é que o nome tenha origem na árvore Louveira, uma espécie comum na região naqueles tempos, que atualmente está ameaçada de extinção. Um exemplar dessa árvore pode ser encontrado no final da Avenida José Niero, no centro da cidade.

Gaspar de Oliveira e sua esposa se estabeleceram no "Pouso dos Oliveiras", onde as famílias Oliveira e Leme do Prado possuíam terras. A região, situada perto de Jundiaí, servia como ponto de descanso para os bandeirantes paulistas nas suas expedições pelas matas. Foi Gaspar quem plantou as primeiras videiras da região, que foram trazidas de Jaraguá.

Em 1639, Raphael de Oliveira, fundador de Jundiaí, trouxe de São Paulo sua filha, Ana Maria Ribeiro, que na época tinha 10 anos. Ana Maria mais tarde casou-se com João Leme do Prado, o primeiro vereador de Louveira. Registros históricos indicam que João Leme do Prado e Manoel Peres Calhamares também viveram na área que hoje pertence ao município de Louveira.

Durante mais de 300 anos, Louveira fez parte de Jundiaí, sendo conhecida como a Vila de Louveira. Na mesma época, existia a Vila de Rocinha, hoje conhecida como Vinhedo. Em 31 de outubro de 1908, a Vila de Rocinha foi elevada à categoria de Distrito. Em 1948, Vinhedo se separou de Jundiaí, tornando-se um município independente, e Louveira passou a ser um bairro de Vinhedo. Em 1949, o Bairro de Louveira elegeu seus primeiros vereadores: Nicolau Finamore, Belmiro Niero, Gilberto Ajjar, José Baggio e Francisco Bossi, que integraram a primeira legislatura do município de Vinhedo, com o prefeito Abrahão Aun.

Em agosto de 1952, um grupo de moradores de Louveira organizou uma reunião para reivindicar a elevação do bairro à categoria de Distrito. A reunião contou com a presença de figuras como o prefeito Abrahão Aun, Odilon Leite Ferraz, José Finamore, Augusto Pasti, Dr. Arnaldo Lemos, Francisco Bossi, Gilberto Ajjar, entre outros.

Em 1º de janeiro de 1955, Louveira foi elevada à categoria de Distrito por meio de uma lei apresentada à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em 1º de dezembro de 1963, a população de Louveira se manifestou em plebiscito, aprovando a elevação da cidade à categoria de município, com 1.015 votos favoráveis e apenas 32 contrários. Em 28 de fevereiro de 1964, por meio da Lei nº 8092, Louveira se emancipou de Vinhedo.

A primeira eleição municipal de Louveira ocorreu em 7 de março de 1965, elegendo Odilon Leite Ferraz como prefeito e Belmiro Niero como vice-prefeito. No dia 21 de março de 1965, uma missa de ação de graças foi celebrada pela posse dos novos prefeitos e vereadores. A sessão solene foi presidida pelo juiz eleitoral da 65ª zona de Jundiaí, Dr. José Duílio Nogueira de Sá.

Pontos Históricos de Louveira

1. Estação Ferroviária e Linha Férrea da Companhia Paulista de Estrada de Ferro
   Em 31 de março de 1872, foi inaugurada a Estação Ferroviária da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, chamada inicialmente de Estação Louveira. A estação passou a ser administrada pela Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, que realizou ampliações e construiu plataformas entre 1914 e 1915.

2. Conjunto de Casas dos Trabalhadores da Cia Paulista de Estrada de Ferro
   Este conjunto habitacional foi construído para os trabalhadores da ferrovia e tem relevância histórica e arquitetônica, representando a formação dos trabalhadores da cidade e a importância da ferrovia no país.

3. Fazenda Santo Antônio
   Construída no século XIX, a Fazenda Santo Antônio ocupa uma área de 2.514 m² e possui arquitetura colonial. Em 2015, passou a ser propriedade da Prefeitura Municipal de Louveira, que realizou obras para tornar o espaço acessível ao público.

4. “Cemitério de Escravos”
   Localizado nas terras da Fazenda Conceição do Barreiro, o "Cemitério de Escravos" é um território de construções em taipas e covas escavadas. Apesar de ser conhecido por meio da história oral, a existência desse cemitério precisa ser confirmada por estudo arqueológico.

5. Igreja e Rio Capivari
   A região situada às margens do Rio Capivari foi o local onde teve início a ocupação de Louveira. Ali foi fundada a primeira paróquia da cidade, a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em 13 de novembro de 1939. A igreja também deu origem ao primeiro colégio da cidade. Em 1957, a Igreja de São Sebastião foi construída nas proximidades.

6. Subestação de Energia
   Construída em 1921, a subestação era responsável pela geração de energia elétrica para a linha Campinas-Jundiaí, ligada à Estação Louveira. O nome da subestação homenageia Francisco Paes Leme de Monlevade, engenheiro ferroviário da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A subestação foi desativada em 1999, após a mudança para o uso de diesel.

Esses pontos históricos formam um conjunto importante que ilustra o desenvolvimento e a trajetória de Louveira ao longo dos séculos.