Saldo de emprego das mulheres é 41% maior que de homens, em 2024

Saldo de emprego das mulheres é 41% maior que de homens, em 2024

Em 2024, o saldo registrado foi de 7.954 para as mulheres e de 5.645 para os homens. Mesmo com aumento, salário das mulheres é menor.

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No mês dedicado às mulheres, dados da Secretaria de Trabalho e Renda de Campinas, obtidos através do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, revelam que desde 2021 o saldo de mulheres em postos de trabalho na cidade tem superado o dos homens. Apesar disso, elas ainda são menos contratadas, já que o saldo positivo é resultado da maior permanência das mulheres nos empregos, enquanto a rotatividade é mais alta entre os homens. Além disso, as mulheres ainda recebem salários mais baixos.

O saldo, conforme o levantamento do Caged, representa a diferença entre o número de admitidos e dispensados. Em 2021, o saldo de mulheres foi de 11.405, enquanto o dos homens foi de 10.743. Em 2022, as mulheres tiveram um saldo de 7.570, contra 7.128 dos homens. Em 2023, o saldo foi de 6.986 mulheres e 6.246 homens. Já em 2024, o saldo registrado foi de 7.954 mulheres contra 5.645 homens.

Quanto às contratações, em 2021 foram contratados 106.068 homens com carteira assinada, enquanto as mulheres somaram 93.676 contratações. Em 2022, os números foram de 114.054 contratações masculinas e 105.052 femininas. Em 2023, as contratações foram de 115.325 homens e 107.235 mulheres. No ano passado, foram contratados 130.305 homens e 123.846 mulheres.

O setor de Serviços foi o que mais gerou postos de trabalho ocupados por mulheres em Campinas, com 6.178 vagas em comparação a 2.286 para os homens em 2024. Já no setor da Construção, as mulheres tiveram menos oportunidades, com 196 vagas ocupadas, contra 2.173 ocupadas pelos homens.

Salário das mulheres ainda é inferior, apesar do aumento

Outro dado importante do levantamento é o aumento de 17% na média salarial das mulheres de 2021 a 2024. Em 2021, o salário médio delas era de R$ 1.965,83, enquanto em 2024 esse valor subiu para R$ 2.294,87.

Apesar do aumento, o valor ainda é inferior ao salário médio dos homens. Em 2021, os homens recebiam, em média, R$ 2.436,39, e em 2024, o valor subiu para R$ 2.697,13, o que representa um aumento de pouco mais de 11%. Embora as mulheres ainda recebam menos, a diferença percentual de aumento é maior para elas: 17%, contra 11% para os homens.

O secretário de Trabalho e Renda de Campinas, Paulo Sérgio de Andrade, explica que a realidade da cidade é semelhante à do resto do país. "A mulher tem conquistado, com muita luta, seu espaço no mercado de trabalho. No entanto, algumas funções atribuídas a elas pela sociedade, como cuidar da casa e dos filhos, ainda acabam impedindo seu crescimento profissional, algo que não acontece com os homens", afirma.

Ele também destaca que Campinas tem realizado ações para melhorar a empregabilidade das mulheres. No início do mês, foi realizado um feirão de empregos com mais de 1.200 vagas, algumas exclusivas para mulheres com mais de 50 anos.

“É importante frisar que o município não tem o poder de mudar essa realidade sozinho. Existem legislações nacionais sobre o tema. É fundamental que, sempre que houver disparidade salarial entre homens e mulheres para a mesma função, o Ministério Público do Trabalho seja acionado para investigar. As empresas também podem colaborar oferecendo mais vagas para ambos os sexos", finaliza Paulo.

Imagem da Galeria Feira de empregos voltado prioritariamente para mulheres em Campinas
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