O Boletim Hidrológico de março de 2025, divulgado pelo Consórcio PCJ, indica uma queda significativa no volume de chuvas nas Bacias PCJ, que registraram 62,4 mm no mês — valor 49% abaixo da média histórica de 122 mm. Ao longo de março, houve 21 dias consecutivos sem precipitações, o que impactou diretamente as vazões dos rios da região, que apresentaram uma redução média de 63% em relação à série histórica.

O Sistema Cantareira, que vinha se recuperando desde o final de 2024, também foi afetado pela escassez hídrica. Em março, o volume útil do reservatório caiu para 58%, abaixo dos 59,7% registrados em fevereiro. O índice também está aquém do observado em março dos dois anos anteriores: 81,6% em 2023 e 78% em 2024.

As chuvas sobre a área do Sistema Cantareira somaram 106 mm no mês, o que representa um déficit de 39% em relação à média histórica de 175,2 mm. Desde maio de 2024, a SABESP tem realizado o bombeamento de água da bacia do rio Paraíba do Sul (Igaratá) para os reservatórios do Cantareira (Atibainha), medida que tem contribuído para mitigar quedas mais acentuadas no volume armazenado.

As previsões climáticas para o trimestre abril-maio-junho apontam para chuvas dentro ou ligeiramente abaixo da média histórica. A partir de junho, há uma tendência crescente de formação do fenômeno La Niña, o que pode influenciar o regime de chuvas no próximo período úmido.

Diante desse panorama, o Consórcio PCJ reforça a importância de investimentos em soluções como captação de água da chuva, reuso, construção de bacias de retenção, cisternas, reservatórios e piscinões ecológicos. Além disso, recomenda-se o acompanhamento contínuo dos boletins hidrológicos e das condições climáticas da região.